terça-feira, 10 de outubro de 2006

A elite rude

Para o blogueiro boz, Alckmin se arrisca a perder votos ao ser rude com uma pessoa querida pelo povo como o presidente Lula.

A elite brasileira é rude, e está nua. Iagê apresenta bem o quadro:

[...] O preconceito está literalmente colado a alguns indivíduos. Não bastasse a histórica e asquerosa birra direitista com a educação de Lula, recorrentemente desqualificado e menosprezado por sua origem operária, a tática agora é ainda mais leviana: ofensa em razão de uma deficiência física. A mão com quatro dedos, atravessada por uma faixa vermelha em sinal de proibição, denota a verdadeira natureza de uma direita que se intitula tão democrática e ética. É sintoma de puro desespero, levando ao abandono da disputa política.

Assim como Geraldo, o Alckmin, fez no debate da Bandeirantes, esquivando-se da discussão programática e partindo para um fuzilamento de munição dita "ética", os militantes tucanos (ao menos no Rio Grande do Sul, pois não sei se isso se repete no resto do País), estão se valendo de subterfúgios tão virulentos quanto os de seu candidato. O rótulo que desde 1989 tentaram colar a Lula - que sua formação intelectual era deficitária, já que vinha de uma classe popular e de emprego menos glamouroso - aparece agora em versão ainda mais hedionda. Tanto se cobra moralidade da campanha eleitoral e ética da política, mas nada se vê partindo destes paladinos para barrar preconceitos desta ordem, que não ofendem apenas ao Presidente da República, mas a qualquer um que enxergue o mínimo de dignidade em um ser humano.

A "raça a ser extinta", como convocou o senador nazi do PFL, Jorge Bornhausen, na figura de Lula, causa tamanho incômodo às elites que, no desespero e abstinência do poder sobre o Brasil, acabam desnudando seu caráter. Ou melhor, desnudam-se por inteiro, mostrando sua falta de caráter. A falta de capacidade e de autoridade moral e política para enfrentar diversos avanços notórios deste governo, cujo exemplo máximo me parece ser a transferência de renda, que atingiu dimensões jamais imaginadas neste País, faz com que o tucanato e todos outros pássaros que freqüentam esta árvore torta à direita e de raízes contaminadas por uma sede de opressão, apelem a táticas repugnantes, permeadas por preconceitos de classe, físico, racial e ideológico.[...]

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