terça-feira, 24 de julho de 2007

Brasileiro com muito orgulho? Quadro de medalhas: 200 mortos.

Em torno do Pan, a omissão é medalha de diamantes. Thiago Pereira, que é um nadador digno de todo respeito e não tem a menor culpa do que se omite, é tratado como quem superou Mark Spitz. E, friamente, é verdade. Mas meia verdade, muitas vezes pior que a mentira pura, por mais difícil de ser desmascarada.
Ora, Spitz, ao ganhar cinco ouros no Pan de Winnipeg, em 1967, simplesmente bateu três recordes mundiais, como bateu outros sete ao ganhar mais sete medalhas de ouro em Munique, nos Jogos Olímpicos de 1972. Compará-lo a Pereira não honra nenhum dos dois.
Fiquemos por aqui, para falar do que é mais chocante, porque sempre com a cumplicidade da mídia. A tragédia da TAM, que obscureceu o Pan, é rica em ensinamentos. Começou não é de hoje, com o escândalo do Sivam, no governo anterior, e continuou impávida e colossal de lá para cá.
(...) Somos todos responsáveis, ou quase todos, que continuamos a voar como voamos, a votar como votamos, a festejar como festejamos e a reclamar mais dos que são rigorosos do que daqueles que são complacentes. Dar ao Pan-2007 sua verdadeira dimensão é, para muitos, sintoma ou de bairrismo ou de mau humor. E a crise aérea vira exploração política. Mas o que se vê na TV no Pan, e o que se viu e ainda se verá na TV sobre o avião da TAM, é de dar vergonha de como se faz jornalismo/sensacionalismo no Brasil.
Juca Kfoury na FSP, transcrito no blog do Marcelo F. Carvalho. A íntegra está aqui no Resumo da Chuva

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