sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Buenos Aires 1977

Óleo do Diabo:
História não é passado. É um relato que continuamente afeta o presente. Lemos sobre a história romana ou grega, sobre a revolução francesa ou sobre a II Guerra Mundial para compreendermos um pouco melhor a zona em que vivemos.

Esta é uma das funções da arte, reler a história através da ficção. Mesmo as histórias verídicas também são uma forma de ficção, assim como a ficção é uma forma diferente de relatar a verdade.

Por isso, o novo filme do uruguaio/argentino Israel Adrián Caetano, Buenos Aires 1977, excepcional, ainda afeta nosso presente. Especialmente, nosso presente latino-americano, que assiste, um pouco perplexo, renascerem rixas ideológicas antigas, um tanto parecidas com aquelas que antecederam os brutais regimes militares que vivemos nas décadas de 60 e 70. Regimes muito parecidos entre si. Todos de direita. Todos apoiados pelos Estados Unidos. Todos apoiados, ao menos em seu início, pelos principais meios de comunicação. Todos apoiados pela grande burguesia. Regimes que fecharam Congressos, prenderam professores e cientistas. Torturaram. Mataram. Destruíram sistemas de educação. E só tiveram fim depois de devastarem a floresta de ideais, sonhos e planos de desenvolvimento que existiam anteriormente à sua implantação.
Oleo do Diabo: Pensando o Brasil

Imagem: Buenos Aires 1977

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