terça-feira, 20 de novembro de 2007

Escravos haitianos constituíram primeira república negra da história

Em 1789, os ecos dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade chegam à colônia, dando esperança aos escravos mais rebeldes -especialmente aqueles foragidos nas montanhas do interior, conhecidos como cimarróns, não só no Haiti, mas em outras ilhas do Caribe-, que começam a se rebelar contra seus senhores. Sua população é dez vezes maior que a de seus senhores. Em agosto de 1791, inicia-se a rebelião que, em 13 anos tornaria o país independente, sob o comando do negro Toussaint Louverture, que joga com a rivalidade entre Espanha, França e Inglaterra conquistando o domínio sobre todo o Haiti e botando para correr o temido exército de Napoleão Bonaparte.
O que acontece no Haiti? (Gabriel Rocha Gaspar, Cinthia Reis)

Dois anos após a Revolução Francesa, com seus reflexos em Santo Domingo [hoje, Haiti], os escravos se revoltaram. Numa luta que se estendeu por 12 anos, eles derrotaram os brancos locais e os soldados da monarquia francesa, debelando também uma invasão espanhola, uma tentativa de invasão britânica com cerca de 60 mil homens e uma expedição francesa de tamanho similar comandada pelo cunhado de Napoleão. A derrota dessa expedição resultou no estabelecimento do Estado negro do Haiti...
A grande revolução negra (Emir Sader)

O que acontece hoje no país passa pela conquista da independência no Haiti, em 1804. Foi algo particular, fomos a única revolução vitoriosa negra e o primeiro país latino-americano a deixar de ser colônia. Isso nos deixou isolados pelos impérios, pelas potências econômicas da época, porque nos tornamos uma república independente e a favor da luta de libertação dos escravos. Isso de alguma forma também nos isolou da América Latina, um continente que ainda vivia no sistema colonial e onde a escravidão era permitida.
Desde aquela época, o Haiti de certa maneira vive isolado e as pessoas não têm uma informação correta do país, sempre o vêem como um país miserável, violento, com muitos enfrentamentos, caótico. A opinião pública mundial ou conhece muito mal ou desconhece o Haiti. Isso se deve a um serviço de desinformação da grande imprensa mundial.

O Haiti precisa ser entendido pela América Latina (Camille Chambers, entrevistado por Renato Rovai)

Um comentário:

José Elesbán disse...

"Post" interessante. De fato compreendemos mal nossos vizinhos latino-americanos, e o Haiti não é exceção.
Como a Revolução Cubana foi um espantalho que ajudou a execução do Golpe de 1964, a independência haitiana serviu em parte à elite dirigente do Brasil do século XIX, de manter a escravidão naquela época.