sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

The People United Will Never Be Defeated

Os velhos Marxs, Karl e Groucho, assistem deliciados o que alguém já definiu como a luta entre capital e trabalho do século XXI, da Nova Era, do mundo movido pela produção intelectual. Por enquanto, só a cegueira dos jornalistas e economistas tradicionais explica que a greve dos roteiristas nos Estados Unidos seja assunto dos cadernos culturais, apenas. É uma das notícias econômicas mais importantes dessa virada de ano, que ameaça impor prejuízos milionários em um dois setores mais dinâmicos e importantes do PIB americano.

Uma coisa que ninguém explica por aqui, e não precisa explicar nos EUA, é como ninguém fura uma greve dessas, por que criadores renomados, estrelas de talk shows, não mandam os roteiristas para as cucuias e escrevem eles mesmos seus scripts, contratam algum talentoso escritos das centenas de universidades com cursos de creative writing nos Estados Unidos...

Um motivo é que os contratos milionários dos David Letterman da vida os desobrigam de inventar as piadas que dirão em público. O outro é que lá, na pátria do liberalismo, sindicato forte manda de verdade, e a grande mídia não se aventura a chamar de atraso e corporativismo a briga legítima pelos direitos do trabalho.

A história, dizia um sábio roteirista, se repete como farsa. Mas pode se repetir como comédia, drama, show de entrevistas, depende de quem se encarrega de escrever o roteiro.


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