segunda-feira, 24 de março de 2008

Uma estrela chamada Rosário


CARTA CAPITAL (por Maurício Dias)

A tradição machista na esquerda brasileira sempre foi maior do que a tradição na direita. Isso começou a mudar de forma mais veloz e expressiva a partir da participação feminina nos movimentos armados, nos anos 1970. Quando a gaúcha Maria do Rosário nasceu, em 1967, já era assim. Ela filiou-se, em 1985, ao PCdoB e, em 1994, migrou para o PT.

No domingo 16, ela nocauteou a poderosa cúpula do PT no Rio Grande do Sul e ganhou o direito de disputar a prefeitura de Porto Alegre. A disputa foi resolvida com pouco mais de 50 votos de vantagem sobre o ex-ministro Miguel Roseto. Indiretamente, ela derrotou também três ministros do governo Lula (Tarso Genro, Justiça; Dilma Rousseff, Casa Civil, e Guilherme Cassel, Desenvolvimento Agrário) e outros nomes expressivos, como Olívio Dutra e Raul Pont.Lula não se meteu. Escapou da derrota.

As mulheres estão em ascensão na esquerda. Além da petista, duas outras mulheres vão estar na eleição de Porto Alegre. Mas essa vitória, além do aspecto cultural – contra o celebrado machismo gaúcho –, tem um importante significado político. Maria do Rosário explica: “O PT isolou-se no Rio Grande do Sul a partir de políticas erradas, a exemplo do que ocorreu no governo Olívio Dutra, quando houve o rompimento com o PDT”.

Para os petistas derrotados ela manda um recado: “Quero ganhar a eleição em nome do PT e não em meu nome”.

Um comentário:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Rosário é muito melhor candidata do que Rossetto. Este fim de semana constatei que diversos amigos e familiares vão votar nela. O PT com ela tem muito mais chance de retornar ao poder de POA.