sábado, 19 de julho de 2008

Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa, hoje

Durante mais de 2 anos escrevi uma centena de artigos defendendo a Vale, condenando sua "privatização", tentando impedir que entregassem uma das maiores riquezas do mundo e do Brasil. A Vale era e continua sendo a maior empresa de mineração do mundo e mais do que isso, uma Agência de Desenvolvimento. Tudo foi doado, não conseguiu salvar coisa alguma.
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Quando eu era garoto, cerveja era BRAHMA, guaraná ANTÁRTICA, soda limonada, HANSEÁTICA, todas brasileiras. Hoje são todas multinacionais, anunciam vastamente. Naturalmente essa publicidade é para defender a Liberdade de Expressão. A "lei seca", quem sabe, pode prejudicar essa LIBERDADE que os cervejeiros defendem com tanta bravura.

Leia a coluna do Hélio na Tribuna ou aqui mesmo, no primeiro "comentário".

Um comentário:

Jean Scharlau disse...

As alavancas do nosso desenvolvimento

Vale e Amazônia

Durante mais de 2 anos escrevi uma centena de artigos defendendo a Vale, condenando sua "privatização", tentando impedir que entregassem uma das maiores riquezas do mundo e do Brasil. A Vale era e continua sendo a maior empresa de mineração do mundo e mais do que isso, uma Agência de Desenvolvimento. Tudo foi doado, não conseguiu salvar coisa alguma.

Esses artigos correram o Brasil todo, foram republicados em órgãos alternativos, enviados para milhões de pessoas através de faxes, xeroxes, cópias de todas as formas. Nada disso adiantou. Em todos os artigos eu deixava bem claro que as multinacionais queriam a própria Vale. Empresa poderosíssima, altamente lucrativa, com penetração em pelo menos 12 estados da Federação.

Dona de portos, navios, ferrovias, as mais ricas e cobiçadas minas dos mais raros e caros minérios, a Vale era o alvo e o objetivo de tudo. Apesar do esforço de um grupo bravo e com enorme credibilidade, não conseguimos impedir a doação-privatização dessa potência que se chama Vale.

Ministros do governo FHC, senadores, lobistas, testas-de-ferro de poderosos grupos estrangeiros, gente interessada em enriquecer cada vez mais com o empobrecimento do Brasil diziam sempre a mesma coisa.

O que é que repetiam tanto? Apenas isto: "Vamos vender a Vale para pagar a dívida interna, amortizar quase toda ela, e pagar menos juros". Tudo mentira, mistificação, malabarismo-corrupto. Recebemos uma miséria e cada vez devemos mais.

Outra coisa que fazíamos questão de ressaltar sempre era o seguinte, cada vez mais atual: por trás da doação da Vale estava e está sempre mais visível a gigantesca Amazônia. Os multinacionais e seus testas-de-ferro não podiam nem podem admitir que a Amazônia seja brasileira, pelo menos uma parte. Aproveitando o seminário sobre a Amazônia, promovido pelo IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), vamos reproduzir algumas opiniões de vendilhões do templo sobre a Amazônia brasileira.

Al Gore, vice-presidente dos EUA, e provável candidato à sucessão de Clinton, que não pode mais se candidatar: "Os brasileiros pensam que a Amazônia é deles. Estão muito enganados. A Amazônia é de todos nós".

Kissinger, lobista notório, ex-secretário de Estado dos EUA: "Os países industrializados do mundo, para sobreviverem, precisam dos recursos não renováveis do mundo. E entre esses recursos de que precisam o mais importante é a Amazônia do Brasil".

Agora que o Congresso está "trancado" pelas medidas provisórias. Que o Supremo está em recesso. E que a indústria dos habeas-corpus está paralisada para reposição do estoque, tratemos da Vale e da Amazônia, eternas e imprescindíveis ao nosso desenvolvimento.

PS - A Vale parece perdida para sempre. Mas a Amazônia cobiçada por todas as potências ainda pode ser salva. Minc poderia ser uma possibilidade, deslumbrou muito cedo.

PS 2 - Se os Três Poderes permanecerem desativados, continuarei amanhã. A Amazônia é eterna, vale a vida de dezenas de milhões de brasileiros.

José Gomes Graciosa
Quando presidiu o TCE, fez microfilmagem a peso de ouro. Mais de 4 milhões. Agora, com outro presidente, apenas 900 mil.

Fui o primeiro a descobrir e publicar os escândalos do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Rio). Mas sei reconhecer: a Veja, que continua Sujíssima (principalmente depois de receber 150 milhões da África do Sul), foi mais longe do que eu. Só que se escondeu no anonimato, denunciou apenas 5 conselheiros, devia exaltar os outros dois, já que são 7. O clima é de pânico no TCE, falam até em suicídio.

Como é que o TCE pretende credibilidade quando aceitou que o filho do governador fosse nomeado conselheiro? Jamais trabalhou na vida, mas é dono de terras valorizadas, como comprou?
Controla Resende, Itatiaia, Nogueira e mais uma porção de localidades. Tem até uma hípica, mais importante do que a do Rio.

Ontem às 9 horas da manhã, um grupo de sindicalistas ligados à CUT protocolou pedido de impeachment do presidente do Supremo, Gilmar Mendes. O pedido está muito bem fundamentado.
Base do pedido: os dois habeas-corpus concedidos pelo presidente do Supremo, aproveitando que o tribunal está em recesso. Mas deveria ter sido pedido ao Senado, que pode votar o impeachment de Gilmar. O Supremo também pode.

Impressionante: Daniel Dantas, Eike Batista e Cacciola aparecem em todas as fotos e na televisão exibindo enorme bom humor. Riam o tempo todo. Furiosos só Naji Nahas e Celso Pitta.
A questão sensibilizou a própria Justiça, que mandou algemar Daniel Dantas. Tanto isso é verdadeiro, que Cacciola, que vinha preso para o Brasil, pediu para não ser ALGEMADO. E a Justiça atendeu o pedido.

Quando é que a ALGEMA é necessária, até insubstituível? Ou então significa fragilidade da polícia, que apesar de todo o aparato tem medo de "perder" o prisioneiro? Mas sobre um fato, nenhuma dúvida: os desesperançados da vida continuarão sendo ALGEMADOS.
Falam muito em grampo, como se fosse coisa do outro mundo. Meus telefones foram grampeados oficialmente durante 20 anos.

Conversando sobre o assunto com Antonio Galotti, então todo-poderoso do sistema, ele me disse calmamente: "Helio, a coisa mais fácil é grampear telefone. Basta um funcionário subir num poste perto da tua casa e pronto".
Dizer que o major Curió "lutou contra a guerrilha do Araguaia" é desinformação completa. Lutou pelo próprio enriquecimento, conseguiu, parecia um vitorioso. Chegou a se eleger prefeito da cidade de Curionópolis, lógico, derivado do seu próprio nome.

Ganhou fortuna explorando os garimpeiros, chegou a colocar cartazes: "A Serra Pelada é nossa", na verdade era dele. O TSE acabou com a festa, cassou o mandato dele. Excelente.
Além de responder a tantos processos quanto Daniel Dantas, e pelas mesmas motivações, Henrique Meirelles dá uma entrevista por dia.

A de ontem: "Se a China desacelerar o crescimento econômico, os preços cairão no mercado". E se alguém disser isso ao Brasil?
Um ano da morte de 199 pessoas que estavam no avião da TAM. Ninguém recebeu nada, nem em dinheiro nem em atenção. E as autoridades estaduais e federais? Não tomam providências, ficam esperando o quê?

Desde 1999, os passageiros da TAM estão na mesma situação. A única diferença: um acidente completa 1 ano, o outro já está chegando a 10 anos. As empresas só fazem "retardar" as ações.
Deputados e senadores protestam contra o "excesso de medidas provisórias". Os parlamentares esquecem: PSDB e PFL (hoje DEM) apoiaram integralmente FHC, que disse textualmente: "Sem medida provisória não há governabilidade". E inundou o Congresso com esse abuso.

Desesperado, desprestigiado, desastrado (royalties para Beltrame) Serginho Cabralzinho filhinho pediu à TV Globo que queria falar no RJ TV. Atacou a corporação, quase linchou os policiais, abriu uma crise visível entre o governo e a oficialidade, citada assim.
Textual do governador: "A situação do Rio é de calamidade". E perguntou: "Que cidade é essa em que policiais morrem nas ruas?"

Garantiu: "É preciso que os oficiais da PM se aproximem dos soldados, dos sargentos, de toda a tropa". Mostrou que há divisão.
Continuou, ninguém conseguia fazer que parasse: "É preciso MENOS gabinete e MAIS rua". Uma constatação: os policiais não estão nas ruas. Contradição: o governador diz que estão morrendo nas ruas.

O governador não falou, nem ia falar, das centenas de oficiais que estão "requisitados fora das ruas". Só na Alerj são mais de 300, dando segurança a deputados inseguros.
Não falou no PM que matou um estudante na boate Baronetti. Esqueceu que o assassinato ocorreu entre 5 e 6 horas da manhã. Quer dizer: o PM passou a noite na boate, a que horas trabalhou?
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Quando eu era garoto, cerveja era BRAHMA, guaraná ANTÁRTICA, soda limonada, HANSEÁTICA, todas brasileiras. Hoje são todas multinacionais, anunciam vastamente. Naturalmente essa publicidade é para defender a Liberdade de Expressão. A "lei seca", quem sabe, pode prejudicar essa LIBERDADE que os cervejeiros defendem com tanta bravura.

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Dos jornalões em manchete: "Braço direito de Daniel Dantas se entrega". E o braço esquerdo, não serve? Canhotos estão preparando manifesto defendendo essa condição.

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Já se passaram 3 dias da licença de Gilberto Carvalho do Planalto. Faltam 12 dias de angústia para ele, de suspense para o Planalto. Voltará?

Quando o general McArtur, por ordem do presidente Roosevelt, deixou as Filipinas, retumbou: "Eu voltarei". E voltou mesmo.

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O Deutsche Bank é o quinto a "desaconselhar" a compra de ações de empresas de Eike Batista. DESACONSELHAR? Ha! Ha! Ha!