terça-feira, 12 de agosto de 2008

Colômbia: paramilitar admite ter assassinado 3 mil pessoas

O ex-chefe paramilitar colombiano Hebert Veloza admitiu ter sido responsável junto com seu grupo armado pelo assassinato de mais de três mil pessoas entre os anos de 1994 e 2003. "Calculo que meus dois grupos assassinaram três mil pessoas ou mais. Muitos deles eram atirados ao [rio] Cauca", respondeu ao ser questionado.

HH, como ficou conhecido Veloza, também reconheceu que morreram mais inocentes que culpados. "Mas assim é a guerra", afirmou em entrevista ao jornal colombiano El Espectador, publicada neste domingo (10). "Matamos muita gente só pelo fato de que eram apontadas", em referência às pessoas que são identificadas como colaboradores ou simpatizantes das guerrilhas colombianas.

Massacres

HH, considerado como um dos mais temidos chefes das paramilitares Autodefesas Unidas de Colombia (AUC), disse ter utilizado a "decapitação" para aterrorizar as comunidades. "Quando chegamos a Urabá decapitamos muita gente, era uma estratégia para promover o terror, para que tivessem mais medo de nós do que da guerrilha".

O paramilitar ingressou no controvertido programa de desmobilização encabeçado pelo governo de Álvaro Uribe, mas perdeu sua condição de "desmobilizado" quando fugiu e teria reingressado aos cartéis armados. Agora, encontra-se preso e aguarda o andamento de seu processo de extradição aos Estados Unidos para ali ser julgado pelo crime de narcotráfico.

O ex-chefe paramilitar revelou também que o grupo atuava em cumplicidade com as autoridades locais para promover os assassinatos." Em Urabá, quando começamos, deixávamos os corpos onde as pessoas eram mortas", relata. "Depois de um tempo o poder público começou a pressionar e (disseram) que nos deixariam continuar trabalhando, mas tínhamos que desaparecer com as pessoas. Assim começaram a surgir as fossas comuns", afirmou.

"Assassinávamos pessoas todos os dias, em todos os municípios de Urabá", acrescentou. Foram nestes mesmos departamentos (estados) de Córdoba e Urabá que se constituíram em 1998, sob o auspício do Estado colombiano, as AUC com o objetivo de combater as guerrilhas FARC e ELN.


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