terça-feira, 12 de agosto de 2008

Tortura, nunca mais: o que a imprensa não esclarece

Os militares fizeram sua manifestação de protesto contra a iniciativa do ministro da Justiça, Tarso Genro, de propor o julgamento de atos de tortura durante o regime militar. E o mundo não caiu.

O noticiário de sexta-feira (8/8) sobre a reunião do Clube Militar, no Rio, mostra senhores vestindo ternos e não em uniformes de campanha. Da mesma forma cautelosa, os participantes evitaram apresentar fotografias e textos sobre autoridades do atual governo que participaram da luta armada.

Com isso, o embrião da crise volta para a geladeira e deve sumir dos jornais por uns tempos. Mas o fato de o assunto ser colocado de lado não quer dizer que esteja resolvido. Em parte, porque quase todas as manifestações reproduzidas pela imprensa repetem o erro de afirmar que o ministro pretende revisar a Lei da Anistia. Não é isso que está em questão.

O que gerou a celeuma é a hipótese de que os crimes comuns, como torturar alguém que não pode se defender, precisam ser levados a julgamento.


Texto completo no Observatório da Imprensa.


3 comentários:

Anônimo disse...

Se mais motivos não houvesse para que a esquerda aceite a anistia ampla, geral e irrestrita que tanto pregaram, há o fato de que o Estado brasileiro já comprou e está comprando o perdão de quem possa ter sido prejudicado física ou moralmente durante o regime de exceção, implantado para defender o Brasil do comunismo internacional (sim, naquele tempo ele existia). Foram mais de quatro bilhões de reais. Os terroristas, guerrilheiros e assaltantes de bancos - verdadeiros mercenários a serviço de organizações internacionais - venderam o seu passado "revolucionário"e o seu "amor à pátria e à democracia" por centenas e centenas de milhares de reais. Já foram reparados física e moralmente. Não vi nenhum chegar na frente do juiz e recusar as moedas que lhes foram atiradas. Agora querem rever a Leia da Anistia? Então devolvam o que cobraram, devolvam o perdão que venderam a peso de ouro, com juros e correção monetária.


Elias

José Elesbán disse...

Ninguém está falando em rever a Lei de Anistia. Mas talvez você não tenha conseguido entender o que leu.
A lei de reparação foi proposta no governo FHC, que por sinal não pegou em armas.
Muitos dos que receberam reparações não tiveram ligação com a luta armada.
E alguns que tiveram direito a reparação não a pegaram, como, por exemplo, a filha do Prestes.

zejustino disse...

Que eu saiba, os verdadeiros mercenários estavam a soldo da CIA ou faziam cursinho de repressão e tortura na Escola das Américas, no Panamá.

Os boquirrotos e viúvas da ditadura militar deveriam explicar o que fazia um ianque degenerado de nome Mitrione aqui no Brasil. Este bandido veio para cá para ensinar tortura em Belo Horizonte. Nas suas aulas, êle utilizava cidadãos brasileiros apanhados na rua e levava para as sessões de tortura. O máximo de humilhação para nosso povo sob os auspícios dos moleques que dominavam o país.
Eles não explicam também porque cidadãos que não pegaram em armas, como o operário Manoel Fiel Filho e o jornalista Vladimir Herzog foram torturados e mortos covardemente.

Tortura é crime de lesa humanidade. A lei de anistia não tem nada com isso. Os militares que são contra a punição dos degenerados que torturaram não estão defendendo as Forças Armadas, estão defendendo criminosos insanos e covardes. Não precisa qualquer esforço para deduzir o caráter de quem defende torturadores e assassinos de estudantes e operários. Onde está a honra de um soldado que mata o inimigo que está manietado ou preso num pau-de-arara ou na cadeira-do-dragão?

Fizeram o serviço sujo para os capitalistas nacionais e internacionais, ficaram de quatro para o departamento de estado ianque e ainda continuam com a conversa fiada de comunismo internacional.

Ah! O tal "anônimo" aí em cima esqueceu de citar o "ouro de moscou". De acôrdo com os tucanos, pefelistas e a sujíssima VEJA, o PT andou recebendo ouro de Taiwan e dólares em garrafas de whisky de Cuba. Como se vê, eles não mudam quase nada em seus argumentos (???).