segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Forum Social Mundial 2009 - Socialismo ou Barbárie?

Com os olhos voltados para a humanidade, o FSM de Belém buscava fazer história, tal como os que o precederam. O de 2001 foi um marco, conseguindo reunir movimentos e entidades do mundo todo, fazendo o contraponto ao neoliberalismo e ao pensamento único. O segundo, em 2002, se amplia e mostra seu potencial de critica ao modelo neoliberal, mesmo tendo ocorrido logo após os atentados de 11 de setembro e de toda a repressão desencadeada pelo governo Bush sobre os que se lhe opunham. Em 2003, enfrenta uma grande discussão, a partir da carta de princípios: a participação dos governantes. Lula, acabava de ser eleito e, indo para Davos, passa em Porto Alegre e é recebido em uma grande manifestação. Conta também com a presença de Chavez. Organiza também a maior mobilização desde a Guerra do Vietnã, contra a Invasão do Iraque. Em 2004, vai para a Índia se internacionalizando e se popularizando. Em 2005, com 155 mil inscrições e em torno de 180 mil participantes é o maior evento mundial contra o neoliberalismo. 2006 é o fórum policentrico (Américas, Ásia e África). Nas Américas ocorre em Caracas, fortalecendo Chavez no enfrentamento ao Império, contando com uma participação de 80.000 pessoas. Em 2007, é a vez do continente Africano, indo para o Quênia.

Em termos numéricos, seu sucesso é absoluto. No FSM da Amazônia os números são também expressivos: 133 mil pessoas inscritas de 142 países, sendo 15 mil no acampamento da juventude, e em torno de 150 mil pessoas envolvidas. Teve 5.808 entidades e organizações inscritas. A América do Sul contou com 4.193, a África com 489 organizações, a Europa com 491. A Ásia teve 334, a América do Norte 155, América Central 119 e a Oceania 27.

Mas, os números não conseguem refletir a grandiosidade do evento. Como descrever a multiplicidade de cores, de representação cultural, diversidade nos debates, riqueza de etnias? Andar pelos espaços do Fórum é deparar com barracas de exposição de artesanato da Economia Popular Solidária, com mesas de publicação de diferentes movimentos, jornais de todas as tendências, barracas com livros novos e usados. E ver as barracas dos acampamentos cobrindo grandes áreas. E, de repente, nos deparamos com o belíssimo painel da luta da Anistia alem de outros diferentes painéis. Imensas tendas das entidades sindicais. Palcos com apresentações ininterruptas. Continuando a caminhar, debaixo de um calor de 40 graus e/ou de uma intensa chuva, aparece um desfile indígena. Quando achamos ter terminado o desfile, nos defrontamos com o das mulheres, com suas coloridas cabeleiras e seus tambores. São tantas as pessoas andando pelo espaço do Fórum que parece uma permanente caminhada ou marcha ou manifestação. Em todos os espaços, as denuncias, lutas e propostas organizativas.

Texto completo em O Pensador Selvagem.

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