sexta-feira, 15 de maio de 2009

Hugo Chávez lança 'Plano Revolucionário de Leitura'

O governo da Venezuela lançou o Plano Revolucionário de Leitura (PRL), no qual distribuirá milhares de livros com o objetivo de "construir o socialismo bolivariano do século XXI". Para a iniciativa foram selecionadas 100 obras consideradas instrutivas, entre elas "As veias abertas da América Latina", do uruguaio Eduardo Galeano, livro com o qual o presidente Hugo Chávez presenteou o norte-americano Barack Obama durante a Cúpula das Américas, realizada no mês passado em Trinidad e Tobago.  
(...)
Páez diz que uma das preocupações é que as crianças estariam "sendo formadas com livros que ainda chamam de descobrimento a invasão do império espanhol ou outros eufemismos que buscam adoçar o genocídio dos povos originários", acrescentando que, como parte do plano, o governo da Venezuela quer "começar as coisas por seus nomes".   
   
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A linha em destaque no texto acima é de responsabilidade deste editor.

5 comentários:

zejustino disse...

Para os que não leram na íntegra o texto anterior, do professor David Cattani, deixo aqui uma palhinha:

"Com propósitos e conteúdos mais avançados, há os dicionários teóricos e conceituais. Essas obras seguem o preceito nomem est numem (nomear é conhecer). Conceitos são representações mentais, construções lógicas formuladas a partir da observação (empirismo) ou do conhecimento de princípios a priori (racionalismo absoluto), ou ainda de categorias de entendimento como, por exemplo, o racionalismo crítico de Kant e o racionalismo dialético de Bachelard."

Vejam que uma das justificativas mais importantes dos venezuelanos está bem caracterizada quando o representante do governo afirma que
"o governo da Venezuela quer "começar as coisas por seus nomes"". O que vemos aí é também a conceituação de fenomenos históricos. Se para alguns o espanhois e portugueses "descobriram" e "pacificaram" os habitantes originais. Para outros, eles invadiram e cometeram genocídios.

Tenho certeza que o conceito de "descoberta" de um país nunca mais será o mesmo para grande parte da população venezuelana.

NOMEM EST NUMEM.

Anônimo disse...

Mais uma vez o Chavez mandou bem!!!
Espero que nessa list,estejam tb todos os livros do Noam Chomsky.

José Elesbán disse...

Aqui no Brasil costumamos utilizar descoberta, o que não chega a ser incorreto, pois este continente de fato estava "coberto" para os europeus. Talvez o erro seja utilizar APENAS esta palavra.
Na América Espanhola é relativamente comum usar também a palavra CONQUISTA, afinal as populações nativas foram submetidas.

José Elesbán disse...

Curioso é que a América Espanhola é multifacetada.
Nos lugares em que os espanhóis encontraram sociedades sofisticadas, como foi o caso do México (astecas) e Peru-Bolívia (incas), estas populações foram submetidas, mas muito do seu caráter nativo permaneceu.
Enquanto em outras, com sociedades menos complexas, como onde hoje é Venezuela, ou São Domingos (República Dominicana / Haiti) as populações foram aniquiladas / absorvidas / miscigenadas. Como no Brasil.

zejustino disse...

Mas é notável como a palavra tem uma fôrça e um poder incrível nos corações e nossas mentes interferindo fortemente na capacidade de um povo de projetar seu futuro. Será que o hábito de conviver com uma linguagem de colonizado permite a um cidadão ter condições de auto-estima suficientes para se libertar da imposição econômico-cultural do dominador?

Quantas vemos já vimos por aí, em todos os lugares, as pessoas menosprezarem o que é brasileiro e valorizarem principalmente o que vem dos grandes centros capitalistas como os EUA e Europa Ocidental(aquela famosa síndrome do vira-lata, conforme o escritor Nelson Rodrigues)?