quarta-feira, 3 de junho de 2009

"Autoengano" de Airbus pode ter causado acidente, diz analista

Hans Weber, presidente da Tecop, uma consultoria aeronáutica de San Diego, ofereceu uma hipótese sobre o incidente, com base no seu conhecimento de casos de perda severa de altitude em dois jatos da companhia aérea australiana Qantas, no ano passado.

O novo Airbus A330 é um avião do tipo "fly-by-wire", ou seja, um aparelho no qual os sinais que movimentam as superfícies de controle aerodinâmico são transmitidos por cabos elétricos a pequenos motores instalados nas asas, em lugar de serem transmitidos por cabos mecânicos ou tubulações hidráulicas.

Os sistemas fly-by-wire têm a capacidade de conduzir manobras automaticamente a fim de evitar uma queda iminente, e alguns dos aparelhos da Airbus não permitem que um piloto cancele a atuação desse mecanismo de autoproteção. Nos dois vôos da Qantas em questão, os sensores inerciais do aparelho enviaram informações incorretas aos computadores de vôo, o que fez com que estes tomassem medidas de emergência para corrigir problemas inexistentes, causando súbitos mergulhos dos aviões envolvidos.

O texto levantando hipóteses para o acidente aéreo com o Airbus da Air France é o do The New York Times, no Terra.

3 comentários:

Jean Scharlau disse...

Voo 447: restos são indício de colapso estrutural

Marcelo Ambrosio, Jornal do Brasil

BRASÍLIA - Não será nada fácil localizar os destroços submersos do A330, se é que se poderá encontrar pedaços maiores que os já vistos. A situação do que foi observado pela FAB terça-feira, com duas linhas de restos ao longo de quilômetros, é um reforço às declarações do presidente da companhia ao falar da sequência de alarmes automáticos enviados pelo sistema ACARS ao centro de operações. Segundo Pierre-Henri Gourgeon “várias mensagens falavam em partes do avião em pane ou quebradas. A sucessão de alertas sinalizava algo nunca visto, uma grande dificuldade. Alguma coisa muito diferente dentro do jato”. O presidente calcula que a última mensagem foi recebida pouco antes do choque com o mar.

Pilotos e técnicos que analisam as informações acreditam que os quatro minutos dessa sequência representam um mergulho dramático e descontrolado a partir da altitude de 35 mil pés, o que daria uma razão de descida de mais de 8 mil pés por minuto. Em uma situação como essa, o colapso estrutural é considerado provável – e um dos últimos alarmes indicava despressurização – tendo sido o ocorrido com o Boeing da Gol no Mato Grosso, que se despedaçou no ar antes de bater no solo. Vale reforçar que a elucidação da tragédia do AF447 pode caminhar muito nos dados do sistema ACARS – nem todas as mensagens enviadas contemplam apenas leituras automáticas de parâmetros. Há casos, por exemplo, em que o programa reportou um pedido de médico requisitado para um passageiro.

O local provável da queda fica em plena cordilheira Meso-oceânica, ponto no qual as placas tectônicas se afastam, liberando parte da subcrosta - os rochedos de São Pedro e São Paulo são a única ocorrência geológica desse tipo no mundo. Ali a profundidade é de 4.700 metros, a topografia submarina é repleta de escarpas e possui fortes correntes.

A esperança dos técnicos é localizar o sinal do Underwater Locator Beacon (ULB), o transmissor de 37,5 khz é acionado em caso de submersão pelo Cockpit Voice Recorder (CVR) e pelo FDR (Flight Data Recorder), as duas caixas-pretas. Os equipamentos aguentam impactos de 3.400 Gs e a pressão até pouco mais de 6 mil metros. Ficam instalados em um compartimento especial sob o leme de cauda. As baterias tem vida útil de seis anos, mas a carga do ULB resiste por 30 dias – mas há casos em que ainda se achou o sinal com o dobro do tempo.

O mais provável é que a busca use aparelhos como o side scan sonar, um rastreador submarino. E os ROVs, pequenos robôs submersíveis controlados da superfície.

22:44 - 02/06/2009

Jean Scharlau disse...

Portal Terra

RIO DE JANEIRO - Questionado se uma falha do piloto pode ter levado à queda do Airbus do vôo AF 447, da Air France, que desapareceu na madrugada de segunda-feira quando fazia viagem entre o Rio de Janeiro e Paris, o piloto e perito em segurança Edmundo Lellis Filho afirmou nesta terça-feira ao Jornal do Terra que duvida dessa hipótese.

- Um comandante com 11 mil horas de vôo acho que não (ele teria desviado de uma grande tempestade) - disse.

O perito afirmou ainda que duvida que um raio tenha causa um possível acidente e que "todos os indícios apontam para algum problema no sistema de automação" da aeronave.

O perito afirmou também que tempestades e turbulências capazes de derrubar um avião são notadas com antecedência pelo piloto.

- Tempestades e turbulências, comuns na zona onde o avião teria desaparecido, são fortes, mas são previstas - disse.

Lellis Filho criticou também as empresas fabricantes de aviões. Segundo o piloto, atualmente se prioriza a economia à segurança das aeronaves. "estamos eliminando pouco a pouco vários integrantes de cabine que tínhamos antigamente", como o engenheiro de vôo.

- Há os que defendem que só deveria existir o piloto e o computador.

José Elesbán disse...

Bom, esse modelo parece que está caindo pela primeira vez...