segunda-feira, 15 de junho de 2009

Brasil: uma guerra urbana

Estimativas sobre a base de dados do Ministério da Saúde - a partir dos atestados de óbitos - permitem afirmar que mais de um milhão de brasileiros foram assassinados desde 1979 no País. Em tempo: nos 11 anos da guerra encerrada em 1975, os EUA e seus aliados perderam 54 mil soldados - entre as estimadas 1 milhão a 1,5 milhão de vítimas no Vietnã.
Em três décadas de sua guerra nas ruas, o Brasil perdeu um milhão de homens e mulheres, quase sempre jovens. Para perder algo como 2 milhões de vidas em Angola, matou-se por quase quatro décadas, 38 anos, numa das mais ferozes guerras que o mundo já viu.
No Brasil, em 2007 e 2008, a média anual de homicídios girou em torno de 47 mil. De 1996 a 2006, ocorreram 505.945 mil assassinatos. Só em 2006, mais de 49 mil casos.

Texto completo no Terra

3 comentários:

José Elesbán disse...

O texto éimportante por relembrar estatísticas que estão continuamente nos assombrando. Mas são conhecidos.
Há várias coisas a se dizer a este respeito: a polícia no Brasil historicamente tem servido como instrumento de controle social do topo da pirâmide social, e isso se acentuou durante a ditadura. Dito isso, atualmente a polícia precisa matar menos, e evitar que pobres matem pobres como acontece muito nas perifierias das grandes cidades brasileiras. Também ajuda no quadro a lentidão da justiça, a pouca educação formal da população, e o desenvolvimento econômico que gera empregos em número insuficiente.

zejustino disse...

Continuo acreditando que o crescimento da violência é um dos males causados pela ideologia do Mercado. A banalização da violência veio de carona com a transformação "oficial" do ser humano em mercadoria.

Reconheço que Sociologia e Ciência Política não fazem parte do meu curriculum acadêmico mas a experiência no trabalho e nos sindicatos em vários estados da região sudeste foi o bastante para não descartar esse fator. Do ponto de vista econômico, por exemplo, a chamada "terceirização" é um dos maiores simbolos desse período de desvalorização do ser humano e de sua equiparação com uma mercadoria qualquer.

José Elesbán disse...

Concordo em parte contigo ZeJustino. A exacerbação do mercado ajuda com a violência. Mas isto acontece em outros países e há menos mortes.