quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Editorial - CARTA MAIOR

há meses, pesquisadores de todo o mundo anunciam a formação de um novo El Niño com forte incidência de chuvas torrenciais no caso do Sul e Sudeste brasileiros. Há meses São Paulo sabe que está no corredor de picos pluviométricos devastadores. Experiências anteriores --1988/1989, por exemplo-- recomendariam máxima cautela. O que faria um 'gestor público eficiente', para emprestar vocabulário tão palatável ao gosto demotucano? Adotaria medidas de prevenção. Reforçaria a manutenção de equipamentos. Aperfeiçoaria ações anti-enchente. Ampliaria a Defesa Civil. Adicionaria alarmes e dispositivos de intervenção rápida em pontos críticos. Montaria um plano de policiamento para o trânsito em caso de calamidade. Criaria pontos de fuga para o tráfego. Definiria uma coordenação única de ações. Dobraria os cuidados em adensamentos de risco.... Pois bem, o El Niño chegou. O que se viu na terça-feira em São Paulo quando a cidade se liquefez, foi uma esférica demonstração de incompetência pública. Zero de gestão. Zero de prontidão. Zero de iniciativa. A coroar a anomia administrariva, um governador mudo, inerte, omisso, dissimulado, pálido, escondido em seu gabinete onde permaneceu durante toda a tragédia. Preservado a sete chaves, pode contar com o hímen complacente de uma imprensa que aceita tudo para fazê-lo Presidente em 2010. Na linha de frente, a representá-lo, um prefeito hilário, um autista administrativo a pontificar sobre o 'lado positivo' do naufrágio. Por fim, bombas, bombas de drenagem quebradas. Bombas de drenagem em número insuficiente, e sem manutenção, na ante-sala do verão do El Niño de 2009. Um verão para não esquecer.
(Carta Maior e o modo demotucano de governar; 09-12)

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