segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Quem governa os EE.UU.?

Bob Woodward, o jornalista que desencadeou o Watergate em companhia de Carl Bernstein, formula uma resposta a essa pergunta em seu livro mais recente, Obama's War (Simon & Schuster, Nueva York, 2010): nem o Poder Executivo, nem o Poder Legislativo e muito menos o Judiciário, diz Woodward, é o complexo industrial-militar, isto é o Pentágono e as grandes empresas produtoras de armamentos, a cujas diretorias costumam ingressar não poucos chefes militares ianques quando se aposentam. Lido o libro, Michael Moore espetou: "O título de 'Comandante em Chefe' (que o presidente detem) é tão cerimonial como o de 'Empregado do Mês' do Burger King do bairro".

No sábado 28 de novembro de 2009 Obama se reune com membros do Conselho Nacional de Segurança com a finaliade de desenhar sua nova estratégia para o Afeganistão. Os militares apresentam a êle uma só opção: mandar mais efetivos. O mandatário assinala que não está fechada a outra, a de estabelecer um plano de retirada, e o coronel do exército John Tien expressa: "Sr. Presidente, não vejo como você pode desafiar a seus comandantes militares. Porque se disser ao general McChrystal (então ao comando das tropas invasoras) 'que já conta com recursos, mas que decidiu fazer outra coisa', provavelmente terá que substitui-lo. Você não pode dizer 'faça-o a minha maneira, graças a seu grande trabalho. Onde acabaria isto?".

O coronel Tien - El coronel Tien - acrescenta Woodward - não teve necessidade de explicar mais. "Suas palavras implicavam que não somente McChrystal mas também todo o alto comando militar poderia rebelar-se, Gates, o almirante Mike Mullen, o president edo Estado Maior e o general Petraeus, então chefe do comando central ianque. Talvez nenhum presidente poderia resistir ao embate, especialmente um de 48 anos de idade com quatro anos de senador e 10 meses de comandante-em-chefe." Sabe-se o final da história: três dias depois Obama anunciou o envio de mais tropas ao país asiático.


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