terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estado palestino: muitas fronteiras a serem estabelecidas


Na prática, é possível que a declaração da ONU não leve a grandes mudanças e, pior, que Israel a utilize para recuperar o status quo [Ler: Os planos da direita israelense para "restaurar o status quo"]. Assim, o país seguirá utilizando o expediente retórico e político de se dizer sem interlocutor, seguirá desrespeitando as decisões e recomendações da comunidade internacional e perseverará na construção de assentamentos, preferencialmente para comunidades ultra ortodoxas, em territórios palestinos, estabelecendo como que um cinturão de fanáticos religiosos e de elementos de uma direita bélica e paranoide, cercando a Israel legal, em nome de um delírio expansionista, eventualmente com um temerário e assombroso fundamento religioso [Ler:Novos assentamentos: Israel não precisa de um "lebensraum"]. 

As vozes críticas, isto é, que estabelecem as conexões e não lidam com os fatos a despeito de sua história são poucas e de certa idade. Talvez esse seja um dos elementos mais melancólicos para quem é de esquerda e sabe o que Israel significou para gerações de militantes antirracistas, antimilitaristas, socialistas e humanistas liberais, no pós Segunda Guerra. Há também ex-diplomatas israelenses nos EUA que defendem a viabilidade do retorno à Linha Verde, além da pequena esquerda israelense. 





Confira a reflexão sobre a possível declaração de reconhecimento do Estado Palestino pela ONU em setembro na Agência Carta Maior

Um comentário:

José Elesbán disse...

"Talvez esse seja um dos elementos mais melancólicos para quem é de esquerda e sabe o que Israel significou para gerações de militantes antirracistas, antimilitaristas, socialistas e humanistas liberais, no pós Segunda Guerra."
Pois é...