sábado, 17 de setembro de 2011

Só um lado da história não vale

É verdade que ultrapassamos o profético 1984 de George Orwell sem ver uma bomba atômica explodir na cidade inglesa de Colchester ou mesmo a totalidade da população ser doutrinada e controlada 24 horas por dia pelas intrometidas “teletelas” – inevitável dizer que surgem algumas dúvidas sobre a segunda afirmação. Mas o vídeo divulgado pelo Ministério dos Assuntos Exteriores de Israel recentemente, que percorre de forma didática o conflito entre palestinos e judeus, provoca, no mínimo, algumas comparações com o mundo imaginado pelo escritor inglês há mais de 60 anos. O filme, com cerca de cinco minutos, é uma resposta à campanha palestina ao redor do mundo pelo reconhecimento pleno do estado árabe na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (Onu), que se reúne em 22 de setembro. A Autoridade Palestina, reconciliada com o grupo em poder da Faixa de Gaza, o Hamas, insiste na manobra para isolar Israel e os Estados Unidos diante da comunidade internacional. É certo que qualquer avanço será vetado pelos Estados Unidos. Mas também não há dúvidas de que se os palestinos conseguirem cooptar alguns pesos-pesados europeus e um número expressivo de votos, o governo israelense ficará num cenário constrangedor.




Leia o texto completo, e aproveite para assistir os vídeos, que estão encaixados na matéria, na CartaCapital

Um comentário:

José Elesbán disse...

Um parágrafo interessante:

"Outro ponto deliberadamente omitido é qualquer referência ao primeiro-ministro israelense Itzhak Rabin, assassinado nos anos 90. Rabin foi um dos articuladores dos acordos de 1993, que estabeleceu um prazo de cinco anos para a devolução da Cisjordânia. Em 1995, ele foi morto por um judeu ortodoxo. “A viúva de Rabin atribuiu a morte do marido ao clima de tensão criado por grupos críticos a qualquer concessão aos palestinos, entre eles Benjamin Netanyahu (atual primeiro-ministro). Se os líderes israelenses querem paz, porque não mencionam Rabin no vídeo?”"