quarta-feira, 14 de março de 2012

A caderneta de Norberto

Ela é pequena, leve e tem capa de plástico vermelho. No canto inferior direito da capa, a palavra "NOTE" ainda é fácil de reconhecer, apesar de a impressão ter esmaecido e de seu provável dourado original estar agora mais para o cobre. Na parte de dentro, 42 folhas de papel quadriculado, do tipo usado em cadernos de desenho, estão coladas numa folha de papelão não muito grosso, presa à capa. As duas primeiras páginas e as 70 últimas estão em branco (amarelado). Nas restantes, há mais de quatro décadas lê-se uma carta de despedida.



Em algum lugar na cidade de São Paulo, em meados de abril de 1970, o economista Norberto Nehring, de 29 anos, abriu a caderneta, virou a primeira página e começou a escrever para a mulher e a filha:
Ia e Marta,
Minhas adoradas
Cheguei num sábado aqui na terra e, tristeza, já estou frito. Frito!
Norberto voltara ao Brasil havia poucos dias. Desembarcara no Aeroporto do Galeão, no Rio, com documentos falsos. (...)


Confira a narrativa no Estadão

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