terça-feira, 16 de setembro de 2014

Na ditadura, Exército torturava recrutas em treinamento no Pará, diz ex-soldado

Além de perseguidos políticos, o Exército torturava seus próprios recrutas durante o período militar para "treiná-los". Durante diligência de reconhecimento da Comissão Nacional da Verdade sobre a Guerrilha do Araguaia nesta segunda-feira (15) na "Casa Azul" em Marabá (PA), o ex-soldado Manoel Messias Guido Ribeiro, o Guido, contou como foi torturado logo que foi convocado para trabalhar para os militares.

"Eles me colocaram em um tambor de metal e me trancaram ali pelado. E soltaram o tambor de um morro, machuca muito, bate em pedra e tudo o que é coisa. Eles falavam que era treinamento, mas queriam mesmo era brutalizar a gente, mas não conseguiram", conta.

Guido, 60, atuou como soldado entre 1974 e 1980 e é testemunha de violações aos direitos humanos cometidas pelo Exército para reprimir a guerrilha. Ele era um soldado conscrito, ou seja, um civil convocado pelos militares para prestar serviços às Forças Armadas por um tempo determinado. Seu depoimento ocorreu durante uma visita de pesquisa à "Casa Azul", atual sede do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que era usada pelo Exército como prisão ilegal e centro clandestino de tortura durante o regime militar.


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