quinta-feira, 3 de abril de 2014

Analista: é possível julgar torturadores mesmo com anistia

Não é preciso revogar a anistia para julgar os crimes cometidos pela ditadura, afirma o pesquisador Peter Kornbluh, colaborador da Comissão Nacional da Verdade e uma das maiores autoridades mundiais sobre as relações entre os Estados Unidos e as ditaduras na América Latina durante a Guerra Fria. Para marcar os 50 anos do golpe de 1964, ele e seus colaboradores divulgaram em 1º de abril um relatório secreto dos EUA nos anos 70 descrevendo a tortura em Osasco e fornecido à comissão.

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Kornbluh enxerga uma certa ironia poética em casos como o do Brasil, onde os militares ainda se recusam a colaborar e entregar documentos enquanto o farto material americano, devido ao apoio do país às ditaduras, ajuda a preencher a lacuna criada pela resistência interna. “É preciso dar crédito ao governo americano, que já a partir de 75 começou a liberar documentos”, diz ele. O documento revelado ontem é um exemplo disso, pois fornece um relato direto das violações dos direitos humanos pelo regime militar em 1973.

Confira no Terra

segunda-feira, 31 de março de 2014

Pela memória e contra a ditadura - escracho contra o torturador


O escracho foi realizado no local onde reside o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que coordenou mais de 500 sessões de tortura em pessoas que lutavam contra a ditadura civil-militar no Brasil
31/03/2014
Da Redação
Nesta segunda-feira (31), véspera do dia em que o Golpe Civil-Militar completa 50 anos, os movimentos Levante Popular da Juventude, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do MST promoveram, a partir das 15 horas, um ato de repúdio a todos os abusos e violências sofridos pelos militantes que lutaram contra as arbitrariedades impostas pelo regime de exceção que vigorou no Brasil até 1985.
O escracho foi realizado no local onde reside o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que coordenou mais de 500 sessões de tortura em pessoas que lutavam contra a ditadura militar no Brasil. Hoje com 81 anos, ele foi o único torturador da história do Brasil a receber uma condenação da Justiça, porém continua solto.
“O momento é importante, não apenas pela data, mas porque a disputa ideológica que levou o país ao golpe militar ainda está em aberto, com posicionamentos cada vez mais explícitos, inclusive na grande mídia, de grupos e setores interessados na repressão aos movimentos sociais e às manifestações de rua, que certamente se tornarão mais recorrentes nos próximos meses, com a realização da Copa do Mundo e das eleições 2014”, disse o comunicado de chamamento para o ato. 
http://www.brasildefato.com.br/  -- Foto: Escrevinhador