quinta-feira, 11 de junho de 2015

“Maior erro do PT foi seguir estratégia lulista de conciliação permanente”

Autor do livro "História do PT" (Ateliê Editorial), o professor da USP e historiador Lincoln Secco, diz que o partido que governa o país há pouco mais de 12 anos é mais burocrático e menos militante. Filiado a essa legenda, Secco afirma que a maior falha dos petistas foi desenvolver a estratégia lulista: a conciliação permanente.
A entrevista é publicada por El País, 10-06-2015.
Eis a entrevista.
Como o senhor definiria o PT hoje? De esquerda, de centro-esquerda?
Esquerda e direita são localizações no espaço político. Se você considerar os grandes partidos brasileiros, o PT é a esquerda que o país conseguiu ter. É a nossa esquerda institucional que aceita a ordem. Não é uma esquerda anticapitalista.
O que diferencia o PT dos demais partidos?
Basta olhar para a parcialidade com que a grande imprensa trata o PT para ver que há diferenças dele em relação aos demais. Você imaginaria alguém se preocupando com o congresso do PMDB? Ali não há tendências ideológicas, só conflitos de lideranças. O mesmo vale para o PSDB. O PT hoje é um partido que possui um jogo de lideranças ao lado da velha disputa de tendências ideológicas. Ele continua inovador: tem 50% de mulheres na direção e proibiu a reeleição por mais de duas vezes dos deputados.