quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A lógica pela qual a imprensa não cobre o caso Lu Alckmin

Acabo de dar uma vasculhada nos tuítes dos últimos dois dias de Ricardo Noblat.
Era um teste cujo resultado, a rigor, eu já conhecia.
Queria ver se ele tinha feito alguma menção aos vôos de Lu Alckmin patrocinados pelo contribuinte paulista.
Nada.
Escolhi Noblat porque, para mim, ele é a essência do jornalista que temos nas grandes empresas. O JP, o Jornalista Patronal, aquele que se empenha loucamente em produzir e reproduzir conteúdos que agradem os patrões.
O caso aéreo de Lu é exemplar para entender a alma abjeta da imprensa.
Se fosse a mulher de Lula, jornais e revistas se atirariam, em matilha, às denúncias. Manchetes, primeiras páginas, capas, demorados minutos no Jornal Nacional. O público, ou vítima, seria bombardeado.
Mas não é Dona Mariza.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

De Chatô a Aécio, a agonia do “Estado de Minas”

Álvaro Teixeira da Costa, o principal dirigente dos Diários e Emissoras Associados em Minas Gerais, tinha razão. Se Aécio Neves e os tucanos não vencessem as eleições de 2014, as coisas iriam ficar feias para a empresa. Certo disso fez sua parte. Além da linha editorial chapa branca dos veículos do grupo – jornais Estado de Minas e Aqui, TV Alterosa e portal Uai – ter exaltado o PSDB e combatido sem trégua o PT e seus apoiadores, valendo-se de tudo quanto é esquema sujo, ele próprio se superou. Transformou uma das dependências da TV Alterosa em Comitê Tucano, usou a intranet para convocar funcionários a participar de atos de campanha pró-Aécio na Praça da Liberdade, pressionou e coagiu quem não rezasse por sua cartilha, além dele próprio ter estado presente ao ato.
Segundo consta, Álvaro foi o segundo a abraçar Aécio no palanque, logo após o dirigente estadual do PSDB. A situação se repediu meses depois, quando em plena manifestação contra a presidente reeleita, Dilma Rousseff, também na Praça da Liberdade, o dirigente Associado disputou, quase a tapa, o privilégio de ser o primeiro a abraçar Aécio. Mas, igual ao seu candidato, ficou em segundo lugar.
Tamanho empenho se explica: os 12 anos de governos tucanos em Minas Gerais foram determinantes para garantir uma razoável sobrevida ao grupo. Sem o dinheiro público injetado mensalmente na empresa pelos tucanos, dos quais não faltam acusações de prover de negócios escusos com a comercialização do nióbio de Araxá, o descalabro administrativo há muito seria do conhecimento público.

Continue lendo no Diário do Centro do Mundo.

Bolsa da China deixa clara cafajestice com que imprensa e oposição trataram da crise

O que aconteceu com a Bolsa de Valores da China no primeiro pregão do ano deixou clara a cafajestice com que a imprensa nacional e a oposição política brasileira trataram a crise mundial durante todo esse tempo.
O tombo de 7% no principal índice chinês arrastou para o abismo as demais bolsas asiáticas e causou danos na Europa e no continente americano. O estrago só não foi maior porque as negociações foram encerradas antes do fechamento oficial com a intervenção do chamado “circuit breaker”.
Para conter a queda livre na desvalorização do Yuan, o Banco Central chinês injetou num único só dia, 20 bilhões de dólares no mercado. Uma mordomia para quem possui o luxo de contar com reservas internacionais de 343 bilhões de dólares. Um pouco menos do que as reservas do Brasil.
Tudo isso causado com a simples divulgação da retração na produção industrial da China. Muito antes disso, a Alemanha, a maior economia da Europa, já emitia sinais profundos de dificuldades em função da crise global.
A despeito de tudo isso, economistas picaretas como Miriam Leitão e Carlos Sardemberg, além da trupe circense que se transformou os líderes de oposição, teimaram em querer imputar as dificuldades da economia brasileira a fatores exclusivamente internos.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Fracasso do impeachment faz tucanos atacarem Temer e o PMDB

O PSDB aposta na sua nova vocação de, sem maiores frescuras “social-democratas” como antes, firmar-se como face da direita “orgânica” no Brasil.
Por natureza, sim, mas também em busca de sua identidade após o golpismo inviabilizar-se pela via política, embora ainda nutram esperanças de fazê-lo – ou ameaçar fazer, até que o STF desmonte a patranha – pela via jurídica, onde trabalha a todo vapor a dupla Gilmar Mendes e Dias Tóffoli.
A entrevista do líder do PSDB no Senado – que é o Aécio sem se expor -, Cássio Cunha Lima (PB) ao Fato Online deixa isso bem claro.
Cunha parte para pancadas duras em Michel Temer:
Cremos que o foco principal continua sendo o impeachment. Afinal, foi praticado crime de responsabilidade. O Orçamento da União é uma lei, votada pelo Congresso. A presidente Dilma Rousseff desrespeitou essa lei, editando decretos de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso. Um decreto não pode anular uma lei. Isso é crime. E foi cometido tanto pela Dilma como pelo Michel Temer, que também assinou decretos suplementares, modificando a Lei Orçamentária.

Confira no Tijolaço, via Jornal GGN