sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Pau que bate em Luiz bate em Fernando?

No apagar das luzes de seu mandato, o ex-presidente promoveu um jantar no Palácio do Planalto para a nata do PIB nacional –Odebrecht, Gerdau, Lázaro Brandão, entre outros - com direito a vinho francês e refinado menu. Mas o prato principal era obter dinheiro para o financiamento de seu instituto após sair da Presidência. Conseguiu naquela noite a bagatela de R$ 7 milhões.
O filho do ex-presidente teve as contas de um hotel de luxo em Ipanema, onde morou por certo período, pagas por um grupo empresarial do setor têxtil. Andava pra lá e pra cá de BMW e tinha um jatinho permanentemente à sua disposição. Isso tudo com o pai ainda na Presidência da República.
O ex-presidente e seu partido foram acusados por certo senhor, que foi seu Ministro de Estado e figura ativa na campanha eleitoral, de terem apropriado nada menos que R$ 130 milhões de sobras de campanha em sua primeira eleição, sendo R$ 100 milhões de caixa dois. Disse ainda que o recurso foi provavelmente enviado ao exterior.
O nome deste ex-presidente é Fernando Henrique Cardoso. O filho pródigo é Paulo Henrique Cardoso. E o acusador dos desvios na campanha de 1994 é José Eduardo de Andrade Vieira, banqueiro que foi ministro da Agricultura de FHC.
Nenhum desses fatos é novidade. Mas não renderam dez minutos no "Jornal Nacional" por dias a fio nem repetidas manchetes da Folha. Não fizeram também com que FHC e seu filho fossem intimados a depor pelo Ministério Público.
Se fosse o Lula...


Confira o texto de Guilherme Boulos, na Folha de São Paulo, disponível em Colagens do Umbigo e da Mosca Azul.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Uma CPI Lula e uma CPI FHC?

O PSDB quer criar uma CPI para investigar Lula.
Está coberto de razão.
Nada mais justo e necessário.
Por que não também uma CPI para investigar FHC?
Com um objeto preciso: a compra da emenda da reeleição.
Proponho uma CPI para investigar todos os presidentes pós-Collor.
CPI geral e irrestrita.

O depoimento de José Dirceu e a questão do lobby


No Brasil o lobista é visto como delinquente ou no mínimo como picareta, mas não podendo ser oficial vira clandestino quando todos perdem, o cliente, ele mesmo que se arrisca a ser preso e a sociedade que convive com lobistas sem poder identifíca-los claramente e portanto sem poder policiá-los e tê-los sob relativo controle.
 
(...)
 
O depoimento de José Dirceu mostrou como o Brasil é hipócrita e bisonho ao tentar fingir que desconhece essa atividade fundamental. Nos EUA, grandes personagens da História são lobistas, como Henry Kissinger, que pode cobrar 30 mil dólares por um telefonema que geralmente vale muito mais. Matem o lobista e os grandes projetos secam ou nem aparecem porque grandes projetos só se tornam realidade após vencer muitas barreiras que um empresário comum jamais conseguirá vencer sozinho porque é hoje muito difícil alguém conseguir por de pé um projeto de grande porte sem apoio profissional.
 
Há dois bons projetos no Congresso para regulamentar o lobby, esperemos que os falsos moralistas não barrem.
 
Não adianta não gostar ou fingir espanto, o mundo funciona assim há seculos, copiam tanta coisa ruim dos EUA, está aí uma ideia boa que esqueceram de copiar, o grande teatro nacional da hipocrisia prefere fingir que não existe.


Confira no Jornal GGN

domingo, 31 de janeiro de 2016

Isto não é jornalismo


Não é difícil entender que a casa-grande está apavorada
 com a possibilidade do retorno de Lula à Presidência

O comportamento da mídia nativa é o sintoma mais preciso da decadência do Brasil
Por Mino Carta*
Incomodavam-me, em outros tempos, os sorrisos do sambista e do futebolista. Edulcorados pela condescendência de quem se crê habilitado à arrogância. Superior, com um toque de irônica tolerância. Ou, por outra: um sorriso vaidoso e gabola.
Agora me pergunto se ainda existem sambistas e futebolistas capazes daquele sorriso. Foi, aos meus olhos, por muito tempo, o sinal de desforra em relação ao resto do mundo, a afirmação de uma vantagem tida como indiscutível. Incomodou-me, explico, considerar que a vantagem do Brasil, enorme, está nos favores recebidos da natureza e atirados ao lixo pela chamada elite, que desmandou impunemente. (...)
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Por que a PM reprime algumas manifestações e outras não?


Na manhã de quarta-feira, dia 27 de janeiro, um protesto que pedia a volta do regime militar fechou a marginal do rio Pinheiros. O grupo era composto por, no máximo, 40 pessoas, que se identificavam como integrantes do movimento integralista. Estavam vestidas com roupas militares, vinham acompanhadas de um caminhão de som e disseram que não sabiam exatamente para onde iam. Também informaram que não tinham feito aviso prévio para a Secretaria da Segurança Pública. Nem um dia antes, nem na data do protesto, antes de este acontecer. A PM-SP foi até o local e acompanhou por mais de cinco horas o grupo, que em alguns momentos ocupava a pista expressa da marginal, em outros, a local, e, depois, ficou próximo ao acesso à avenida Rebouças.
O curioso é que os manifestantes clamavam justamente pela intervenção militar, que, dessa vez, não aconteceu.
O mérito dos protestos não é o que precisa ser avaliado. O princípio da isonomia foi ignorado. Por e-mail, a Ponte enviou à Polícia Militar os seguintes questionamentos: “1. Por qual razão a PM joga bomba em determinadas manifestações, usando a justificativa de manutenção do direito de ir e vir, e agora, com integralistas ocupando a Marginal, a PM está simplesmente olhando? 2. Qual o critério utilizado nas ações?”
A corporação não havia respondido as perguntas até a publicação deste texto.

Confira o texto completo em A Ponte, via Jornal GGN